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quarta-feira, 30 de maio de 2018

Realidade induzida


Há falta de combustível?
Talvez fosse bom mesmo se o combustível acabasse!
Seríamos levados a caminhar pelas calçadas.
Novamente. Erectus!?
E dessa forma fadados a encontrar as pessoas!
Nossos vizinhos de casa, de quarteirão, de bairro.
Parentes, amigos conhecidos todos tiveram o mesmo destino:
À distância.
Pessoas que pensávamos já haverem se mudado.
De cidade, de estado, de país e até dessa vida!
Aquele costume que nossos pais tinham de sair de casa.
‘Bater um papo’.
Que tal algo mais antigo ainda? Fazer uma visita!
Correríamos o risco de começar a ter atos arcaicos!
Cumprimentar uns aos outros! Bom dia! Boa tarde e boa noite.
Desculpe!
Levantando os olhos do celular, depois do esbarrão veríamos as pessoas.
Pais, mães, filhos, família moradores do mesmo lar, mas de mundos diferentes.
De telas individuais!
Passagens que nos levam cada vez mais longe. Mas longe de que? De quem?
O que buscamos lá, que não temos aqui?
No princípio era a TV...
Os PCs passaram tão rápido que hoje até nos esquecemos...
De que mesmo?
Nossos celulares nos DÃO tudo que imaginamos precisar.
E nos tomam o que realmente importa.
Não nos faltam combustíveis para viver assim, adulterados, travestidos.
Fazemos de nossas vidas uma novela.
Sem roteiro, sem limites, vivendo a verdade de outros.
Realidade induzida!
Vendo sem realmente ‘ver’, ouvindo uma cacofonia de palavras mudas.
Vivendo! Vivendo?
Se a ficção me assustava com pessoas que depois de morrer, viviam.
E congeladas se comunicavam por telefone.
A realidade se tornou muito mais cruel!
Pessoas congeladas, vivas talvez, em fotos, fatos e fake news!
Em status!
Que mundo é esse que passamos a nos comunicar por ‘mãozinhas’?
E não somos capazes de estender a nossa?
Nos tornamos ‘memes’. Da nossa própria criação.

J. Alexandre
30/05/2018