Há falta de combustível?
Talvez fosse bom mesmo se
o combustível acabasse!
Seríamos levados a
caminhar pelas calçadas.
Novamente. Erectus!?
E dessa forma fadados a
encontrar as pessoas!
Nossos vizinhos de casa,
de quarteirão, de bairro.
Parentes, amigos
conhecidos todos tiveram o mesmo destino:
À distância.
Pessoas que pensávamos já
haverem se mudado.
De cidade, de estado, de
país e até dessa vida!
Aquele costume que nossos
pais tinham de sair de casa.
‘Bater um papo’.
Que tal algo mais antigo
ainda? Fazer uma visita!
Correríamos o risco de
começar a ter atos arcaicos!
Cumprimentar uns aos outros!
Bom dia! Boa tarde e boa noite.
Desculpe!
Levantando os olhos do
celular, depois do esbarrão veríamos as pessoas.
Pais, mães, filhos, família
moradores do mesmo lar, mas de mundos diferentes.
De telas individuais!
Passagens que nos levam
cada vez mais longe. Mas longe de que? De quem?
O que buscamos lá, que não
temos aqui?
No princípio era a TV...
Os PCs passaram tão rápido
que hoje até nos esquecemos...
De que mesmo?
Nossos celulares nos DÃO tudo que imaginamos precisar.
E nos tomam o que
realmente importa.
Não nos faltam
combustíveis para viver assim, adulterados, travestidos.
Fazemos de nossas vidas
uma novela.
Sem roteiro, sem limites,
vivendo a verdade de outros.
Realidade induzida!
Vendo sem realmente ‘ver’,
ouvindo uma cacofonia de palavras mudas.
Vivendo! Vivendo?
Se a ficção me assustava
com pessoas que depois de morrer, viviam.
E congeladas se
comunicavam por telefone.
A realidade se tornou
muito mais cruel!
Pessoas congeladas, vivas
talvez, em fotos, fatos e fake news!
Em status!
Que mundo é esse que
passamos a nos comunicar por ‘mãozinhas’?
E não somos capazes de
estender a nossa?
Nos tornamos ‘memes’. Da nossa própria criação.
J. Alexandre
30/05/2018